sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A Massificação do Parto e a luz no fim do túnel

Seguindo as indicações do livro "Amor o dominación: los estragos del patriarcado", de Laura Gutman, destaco esse trecho em que identifiquei cada uma das ações que sofri ao chegar em um "dos melhores hospitais de Porto Alegre", depois de ter minha bolsa rota e estar sem trabalho de parto. Com a "desculpa" de ser o procedimento padrão, ao qual ninguém contesta porque é padrão, fui sendo submetida a todas as coisas que hoje sei, por mais estudo, mais informação e necessidade em me acercar de meu íntimo, minha força, entender meus choros e falta de saber o que fazer. Uma necessidade de me empoderar como mulher e mãe, coisa que poderia ter feito se tivesse aberto meus olhos na gestação sobre o que realmente precisamos (nos) preparar para a chegada de nossos bebês. 

Parafraseando Laura, desde o parto do meu filho se passaram 2 anos e 4 meses. A cicatriz da cesária ainda deixa minha barriga anestesiada ao toque. Meu filho é um menino extraordinário. Também sei que nesse dia tomei a decisão de trabalhar para que situações como essa (uma cesária desnecessária), não aconteçam nunca, jamais, a nenhuma outra mulher no mundo. E é por isso que estou trabalhando pela UMA (Universidade Materna).

Então, fiquem com o trecho que fez meu marido também repensar onde faremos nosso segundo parto, quando chegar uma nova gestação:

"Quando ficamos grávidas e começamos a entender de que se trata tudo isso, nos encontramos facilmente com as propostas convencionais: visitar ao médico.Nos submetemos às rotinas de controles e análises clínicos. As famosas ecografias, cada vez mais banais, que nos permitem espiar a vida intrauterina de nossos bebês, como se fosse um filme-  já que o mundo corre velozmente para os formatos audiovisuais- e a preparação para um parto em um estabelecimento médico. Até aí, quase nada se altera. Tudo parece normal. Entretanto..., é como uma estrada com pedágio, como todas as estradas do mundo...por onde vamos aferradas ao voltante que nos conduz a todos a um mesmo lugar...convencional e patriarcal. Materialista. Funcional.Cortadas da conexão espiritual. Fora de nós mesmas. Com a garantia de que ninguém colocará em dúvida nossa cegueira, nem nosso congelamento perfeito para seguir na lógica do patriarcado.
Não chama a atenção que uma mulher que fez amor com um homem e que jorra sexo, amor, fluidos e gemidos, tenha que se submeter a toda uma assepsia de consultório médico que nada tem a ver com "isso" que está gestando? Acaso não é um desastre ecológico que nós mulheres entreguemos nossos corpos, nossos partos e nosso amora pessoas que têm muito medo das pulsões vitais e de quem não sabemos absolutamente nada, nem elas sabem de nós? Não é espantoso? Não é evidente que, afastadas de nosso ritmo feminino intrínseco, nos venha fenomenal qualquer pensamento externo a nós e acreditarmos em qualquer coisa para nos conectar com nosso ser essencial?
Se estamos dentro da estrada, é obvio que não podemos vislumbrar quase nenhuma paisagem. Só estancando a marcha, poderemos nos dar conta de que uma grávida saudável não deveria estar em um consultório médico, esperando sua consulta durante horas para perguntar a um desconhecido como está ela mesma! Não tería de estar submetida a medos. Não teria de chegar ignorante de si mesma a seu próprio parto. Não teria de sair de sua casa para ir a nenhum lugar para parir. Não teria de ser obrigada a tirar a roupa ou a não comer, nem a ser espetada, nem teria de receber oxitocina sintética, nem que outras pessoas determinassem quando o bebê deveria nascer, nem quanto tempo deveria durar o parto. Muito menos ninguém teria de presenciar ao parto. Que história é essa de "presenciar"? Por acaso alguém presencia quando fazemos amor? Se não estivessemos congeladas, não aceitaríamos toques vaginais realizados por pessoas que não conhecemos e a quem não tenhamos permitido, nem ofereceríamos alegremente nossos braços para serem espetados sem perguntar ao menos o que estão injetando. Além disso, tampouco consideraríamos que a cesária é a melhor forma de nascer, nem desejaríamos que alguém nos cortasse com um bisturi para irmos depressa para casa. Tudo isso acontece porque massivamente transitamos pelas estradas, e quando olhamos em volta, constatamos que todos seguem pelo mesmo caminho. Então concluimos que não existem alternativas.
Que massivamente as mulheres atravessemos nossos partos desconectadas de nossas emoções e congeladas-inclusive literalmente anestesiadas- é o início da desconexão da criança que nasce. Por que se não somos parte da cena e se não colocamos nossa humanidade em jogo, o recém nascido perceberá o ninho vazio. Desse modo continuará girando a roda do desespero e da ira, logo, a necessidade de dominar ou de ser dominado. O que mais me chama a atenção é que pouquíssimas pessoas percebem isso.  Entretanto, observar as salas de parto é como observar a planificação de nossas vidas dentro do formato patriarcal. Dessa forma, Michel Odent afirma que a humanidade mudará quando mudarmos as salas de parto. Quando participarmos das cenas de nascimento, com a força arrasadoras de nossas pulsões vitais, nosso amor e nossa liberdade.!"
Afe Maria! Se eu tivesse o mesmo dom de Laura Gutman, teria escrito isso! Fecho o livro e ouço palmas, as cortinas se fecham e o público segue aplaudindo!

Espero, com todas minhas forças, ajudar as futuras mães a terem coragem de se colocarem, de protagonizarem esse rito tão importante que é o nascimento!

O Parto e a ajuda necessária!

Devorei em dois dias o novo livro da Laura Gutman "Amor o Dominación: Los estragos del Patriarcado". Ele é contundente, realista, verdadeiro, profundo, pra quem tem coragem de se olhar sem desculpas!

Chorei em algumas partes e lia em voz alta com meu marido, outras tantas! A cada página virada, eu só dizia: "Caraaaaacaaaa! É isso!" Ela escreve como se estivesse conversando conosco, nua e crua, sem rodeios, o que precisa ser dito em uma conversa de adultos, lembrando sempre que a maioria das vezes, quem reage é nossa criança interior!

Destaco dois trechos, que para mim foram emocionalmente importantes:
"A anestesia em que vivemos a maioria das mulheres desde nossa mais tenra infância, produz que, massivamente, rejeitemos qualquer proposta que convide a conectar com o ser interior e com o genuíno poder feminino ligado a vibração espontânea do corpo. Por isso não se trata de "lutar" a favor do parto natural. Sim, vale a pena informar! Entretanto, hoje em dia, em que temos acesso a todo tipo de informação somente com um clic, isso não basta para que uma mulher, com o corpo congelado e afastada de seu mundo emocional, encontre alguma vantagem em parir conectada com a sua dor.
Tenho sido testemunha de cenas nas quais uma mulher, exultante com sua experiência de parto em casa em total sintonia com o Universo, tenta relatar as vantagens dessa decisão, esperando assim convencer a outra mulher grávida de que faça algo que para ela fi tão genuíno, revelador e extraordinário. O resultado é que não funciona. Isso não interessa em nada a grávida que a escuta. E quanto mais insiste a parturiente envolta em seu próprio êxtase de felicidade, mais a grávida se agarra a seu médico convencional, que lhe assegura continuar sua vida dentro dos mesmos parâmetros que vivia antes de engravidar.
Assim, se somos uma mulher "normal" convencional, tendo sobrevivido a uma infância como todo mundo, nem a pior nem a melhor, vamos querer atravessar o parto como passamos nossa vida: resolvendo-o dentro de parâmetros conhecidos. E anestesiada, se temos de pagar custos corporais e emocionais, justamente porque estamos separadas a respeito de nosso corpo e de nosso território emocional."

Ela segue dizendo que é importante que nos preparemos emocionalmente e façamos um mergulho em nossa história e posicionamentos de vida para conseguirmos nos libertar de tudo o que é "comum" e que no fundo não condiz com nossa essência e nossos mais profundos desejos, mas que seguimos fazendo tal qual nos foi colocado culturalmente, porque é mais "seguro" fazer o que todo mundo faz e diz, porque não precisamos nos colocar (ninguém duvidará) e, consequentemente, não precisaremos nos responsabilizar pelas coisas. Demais! 
Se queremos fazer algo por essas mulheres (muitas são nossas amigas, família, ou só porque são mulheres e merecem respeito) que ainda acreditam nesses cesaristas inescrupulosos, precisamos ajudá-las a ter contato com seus sentimentos mais escondidos, suas emoções e sua força, ter consciência de seus corpos, medos e fantasias. Isso porque depois de termos filhos, seremos cobradas de alguma forma a estarmos conectadas, então que seja uma preparação para ANTES de tê-los e estarmos mergulhadas até o pescoço e não conseguirmos o distanciamento necessário para responder seguras e harmoniosas.

Outra parte que me tocou intensamente, justamente porque caí nessa lábia de cesarista e depois fui me dando conta, momento a momento, cada ação desnecessária e cada desrespeito "velado" atrás de uma conduta ou um serviço "de melhor qualidade" na cidade. O subtítulo é "A massificação dos partos: outra estrada por onde transitamos todos". Vejam no próximo post.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Dia das crianças divertido!!

Minha proposta para o dia das crianças, considerando que é um feriado de sexta-feira e que teremos nossos filhos inteirinhos para nós: Vamos todos brincar com eles, lembrar das nossas brincadeiras de crianças e aproveitar nossas habilidades para construir brinquedos juntos?

No meu trabalho tenho lembrado da importância de sentarmos com as crianças, de brincarmos com elas, estando inteiros, presentes, de lembrarmos como éramos crianças e que ser alegre é tão simples perto delas. Elas precisam de muito pouco para entender que a felicidade vem de dentro. No fundo, no fundo, por mais que a sociedade chame a atenção para comprarmos brinquedos que enchem nossos olhos, o que eles REALMENTE precisam é que estejamos de corpo e alma com eles, olhando para eles, sentados no chão brincando e dando a eles o nosso tempo.

Na escola e na clínica tenho visto o quanto isso tudo faz toda a diferença na educação, no desenvolvimento e na maneira como eles se colocam no mundo. Uma criança que chama a atenção negativamente, é comprovado que não tem isso em casa e precisa desesperadamente, conseguir o tempo das pessoas, mesmo que seja tirando a paciência delas  (por que entenderam que só assim conseguem o olhar dos adultos).

Aqui em casa, temos sempre incluído o Lucano em nossas atividades: ele ajuda a colocar a mesa (damos as colheres e coisas que não machuquem para ele), ajuda a fazer o suco (segurando na alça do liquidificador, ou colocando com nossa supervisão, um copo d'água na jarra), ajuda a fazer bolo (colocando os ingredientes na batedeira e girando-a), ajuda a plantar no jardim (pegando na terra, cavando do jeito dele ou só brincando em volta). Tanto faz, o importante é que estamos verdadeiramente com ele, e ele se sente amado e seguro!

Falta uma semana para o dia das crianças, já estou de olho nos materiais que podemos usar para construir com ele alguns brinquedos bem legais!! Farei um fogãozinho de papelão, porque ele adora ajudar a mamãe a cozinhar:



Tio Lipe, Tia Paloma, Vô Julio, Vó Bete, Papai: cada um tem uma habilidade e tenho certeza que o Lucano vai se divertir muito se cada um colocar a criança pra fora e constriur com ele algum brinquedo! Aí vão idéias para todos. Quem disse que brinquedos feitos em casa tem de ser feios e que só servem para decorar?
Estes podem ser feitos com rolos de papel
de cozinha ou de papel higiênico

Bonecos super legais de caixa de ovo

Garrafa pet no jardim

Ainda temos tempo pra conseguir uma
caixa de geladeira por aí!

Jogos como estes são sempre divertidos e ajudam na coordenação

Para quem gosta de pintar ou fazer de EVA

Seu bebê é pequeno?

Meias velhas, coisinhas de metal perto da boca dos
peixes e imã na varinha de pescar!

São feitos de garrafa pet, coloquem
suas criatividades para fora!

Mais um brinquedo de PET, que ajuda na coordenação

Ensinar a lidar com o dinheiro? Porquinho de PET!

Jogo da velha de tampinhas

Quem se puxa nesse? Tudo de PET!

E qual a criança que não solta a
imaginação com um presente destes?

Aposto que os meninos vão gostar!
 Tudo de material PET!

E para as costureiras de plantão?

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Parto?

Este é um dos motivos pelo qual tenho estudado e me empenhado sobre a humanização do parto! Sobre a Maternidade Consciente: é possível entender as sensações do corpo, é possível ser tão bem tratado que a ocitocina seja abundante, dando o prazer e relaxamento que a mãe merece na hora do parto, é possível criar um ambiente que possibilite isso e oportunize um nascimento tranquilo e amoroso!

Após uma gestação sem risco, com preparação para o parto, nenhuma intervenção, respeito ao tempo da mulher e do bebê, paciência, amorosidade, poder sentir e expressar como for melhor para estar relaxada.

Se não quiserem ver toda a parte do Trabalho de Parto, vejam o que acontece no minuto 9:10 mais ou menos...depois me digam porque somos levadas a acreditar que o parto é qualquer coisa diferente disso...



terça-feira, 4 de setembro de 2012

Encontro com Laura Gutman em primeira mão!

Credenciais e Certificados!
Parceiras!

Nosso encontro com Laura Gutman foi EXTRAORDINÁRIO! 

Lígia e eu passamos 2 meses intensos, conversando pela internet, sem nos conhecer, fluindo numa parceria maravilhosa que culminou nessa lida sala, cheia de gente bacana e disposta a olhar para sua biografia humana e crescer! Nossa família participou ativamente, desde o apoio fundamental para que trabalhássemos tanto, até colocar a mão na massa, como produzir os certificados e credenciais (Frank, marido da Ligia) até o serviço de logística (Alberto, meu marido). A nós duas, uniram-se pessoas
O Cantinho das crianças sempre cheio e animado!
maravilhosas, como a Natalia Belotti, seu marido incansável e sua mãe, maravilhosos, que foram responsáveis pelo lindo espaço para as crianças. A Sheila, do Bazar Coisas de Mãe, que sem ela o  credenciamento teria sido mais caótico. A Flavia, que além de assessora de imprensa, foi assessora de assuntos diversos e uma parceira incansável! A Mariana Laura, com seu profissionalismo, doçura e espontaneidade, que criou bela sintonia com a Laura (além de nos ajudar com toda a logística)!


Agradecemos a parceria da Casa Moara, que nos cedeu aquele lindo material de apoio. A Mamatraca, que está produzindo videos do evento e o pessoal que nos ajudou na pré evento, com divulgação: MMqD e WebFilhos.

Abaixo alguns trechos preciosos transcritos pela queridíssima Simone de Carvalho, que para nós foi uma grata presença! Graças a ela teremos essa cópia fiel do que foi dito por Laura, para quem quiser aproveitar!
Atentem, que aqui coloco TRECHOS que fazem parte de um contexto, porém, mesmo como trechos, podem fazer sentido:

Lindas! Simone de Carvalho e Laura Gutman
..."Desde pequenos, então, congelamos nossas emoções para que não sintamos nada, e consequentemente, na maternidade não sentimos nada também. Quando dizem: deixe-o chorar! Na verdade, este pensamento não está condizendo com a realidade da mãe. Ao passo que é muito difícil ir contra ao que os outros dizem, e estar de acordo com o que realmente ela está sentindo.

...O processo de fusão emocional, citado no livro “Maternidade: encontro com a própria sombra” é definido pela autora como: “(...) No entanto, se elevarmos nossos pensamentos, conseguiremos imaginar que esse corpo recém-nascido não é apenas matéria, mas também u corpo sutil, emocional, espiritual.(...)De fato, o bebê e sua mãe continuam no mundo emocional.(...) Pelo fato de ainda não ter começado a desenvolver o intelecto, conserva suas capacidades intuitivas, telepáticas, sutis, que estão absolutamente conectadas com a sua mãe. Portanto, este bebê se constitui de um sistema de representação da alma materna”. (Pág. 17). O bebê precisa de nove meses para chegar ao seio de sua mãe. E, se o bebê não tem uma mãe sentindo o mesmo que ele sente, seu ambiente externo será muito hostil.

...O Discurso Materno é entendido como: o bebê chora e a mãe interpreta o choro do seu bebê do lado “de fora”. Não pensa no que realmente ele necessita. Pensa que ele é exigente. Não pensa que o seu único desejo é estar apegado ao corpo dela. A consciência de um bebê se organiza através das palavras que nomeamos. Bebês não recordam de emoções que não foram nomeadas. Os bebês sempre recordam do sacrifício de suas mães, porque na verdade, ninguém nomeia o ponto de vista da criança. Todos sabem o que a nossa mãe falou de nós. Todos têm um personagem. Mas, o que mais precisamos no amor materno é tentar ser da melhor forma como a minha mãe me vê. Passo a acreditar no que ela me diz e alimento a minha sombra. O que realmente sou que ela me diz que sou, a minha real capacidade, minhas virtudes... Sendo positivas ou negativas. A verdade é que uma criança acredita piamente em tudo aqui que sua mãe fala dela. O que eu esperava era ser interpretado através da “lente” da minha mãe. Mas ela também foi interpretada da mesma forma e assim sucessivamente. Se uma criança cresceu ouvindo que era terrível, indisciplinado, impossível, ele se dedica a ser melhor naquilo que sua mãe diz que ele é.  Porque isso significa a sua verdade, o seu ser em essência, que foi nomeado pela sua mãe."

"Quando estamos finalmente diante da nossa maternidade, passamos a buscar a criança interior que mora dentro de nós. É a verdadeira distância entre o seu eu essencial que somos e o personagem que vestimos durante toda vida. O abismo entre ambos é imenso. Neste momento, no encontramos com uma pessoa totalmente desconhecida para nós. E passamos a entrar uma jornada em busca do nosso ser essencial. Este, portanto, pode ser um momento de reviver as nossas necessidades genuínas da nossa infância, de quando éramos bebê, nos desprendendo aos poucos de pensar e se comportar de acordo com o que nossos pais nos interpretaram.  Quando éramos bebê, sofremos a violência invisível de não sermos interpretados como deveríamos ter sido. A violência por ser nomeada neste sentido como: palavras que não nomearam os nossos reais desejos e necessidades; adultos que acreditassem genuinamente nele; tempo e disponibilidade. Isso é violência. O bebê passa a sentir raiva, medo, dor. E passa a usar certos mecanismos para sobreviver. Muitos destes mecanismos passam a representar aquilo que ele viveu: são mecanismos baseados na violência que sofreu. Os pais deste bebê de alguma forma, também foram vítimas destas violências, ambos são também sobreviventes, e ambos sabem como ganhar um do outro. Passa a ser um ciclo vicioso. Na verdade, a pessoa que não atende a necessidade do outro, está de fato exercendo violência."

A maternidade é uma crise que nos esmigalha por completo. Para Laura, não é a maternidade que a interessa, mas o processo de quebra da mãe que é quando ela pede ajuda, quando o seu personagem não sustenta mais a sua vida e neste momento, ela está pronta para ir de encontro ao seu ser essencial. É um momento evidente de crise. E este personagem passa a não ser suficiente para suprir a demanda do bebê. Receber conselhos neste momento é realmente muito difícil. O que a mãe realmente necessita é entender a si mesma: compreender o seu nível de desamparo (o desamparo infantil). O bebê não precisa da mãe como ela é, porque ele tem suas próprias necessidades ao passo que ele está vinculado a uma mãe muito desvinculada. Esta mãe não está concentrada em sua menina interna. Não compreende a sua raiva. Não compreende conselhos. No ponto de vista da autora, é sempre necessário a mãe entrar em alguma indagação pessoal. Então, o trabalho da biografia da construção humana é necessário. Uma metodologia possível. Isso porque todos os sistemas morais apontam para o conhecimento de si mesmos. Jesus disse: “Conhece-te a si mesmo”. Isso significa conhecer a parte que você ainda não admite em você."

Laura Gutman e eu!
Foram apenas algumas das "doces bofetadas" que recebemos e das quais estamos nos recuperando ainda! Falamos assim no sentido de que estamos dispostas a olhar nossas sombras e por isso, sentimos o processo  como pesado e difícil de digerir. Mas o resultado disso é uma transformação amorosa e um reencontro com nossas essências, que tornam a maternidade mais prazerosa e o desenvolvimento de nossos filhos, mais harmônico! Com mais tempo, vou colocando mais trechos da transcrição!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Maternidade Consciente!

A mulher que vem nascendo em mim desde o nascimento do meu filho, grita por poder ajudar a outras mães a desenvolverem esse olhar consciente em relação à maternidade. Desde então, leio vorazmente autores como Laura Gutman, Michel Odent, Dr. Carlos González, Janet Balaskas, entre outros tantos. Estou trazendo, em parceria com a Ligia Sena e o Bazar Coisas de Mãe, a Laura Gutman para um seminário que, tenho certeza, será maravilhoso!

Colocar LUZ nas sombras!
A intensidade na busca por fundamentos acerca da Maternidade Consciente, é diretamente proporcional ao que passei durante um ano depois do nascimento de meu filho, em que fui tomando consciência com as informações que pareciam ter sido escritas através de mim e para mim (e muitas outras mulheres):

"Cada vez que uma mulher tem a coragem de relatar os maus tratos que recebeu durante o trabalho de parto, adquirindo consciência do vivido, se produz uma avalanche de identificações em suas recordações. E aí, com espanto, cada uma constata o que não se atreveu a dizer, o que não conseguiu pedir, o que não exigiu, o que não soube"  Laura Gutman, cap.2 sobre O Parto, em A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra.

Fotos de Gettyimages
 Esse trecho traduz com exatidão, o que se passou ao longo do primeiro ano em que fui despertando para o que realmente significava o termo "maus tratos", que parecia grande demais: "Fui atendida em um dos melhores hospitais, estive tranquila, meu filho nasceu bem..." MAS...

"Eu não dilato...costuma ser a explicação que as mulheres dão para justificar a cesariana. No entanto, todas as mulheres dilatam. Simplesmente não se esperou o tempo suficiente." Diga-se de passagem que essa é UMA das desculpas dos médicos às gestantes sonhadoras, que somos, esperando nosso doce bebê...Mau trato em obstetrícia significa não dar a informação correta, decidir pela mãe, obrigá-la (mesmo que veladamente) a ficar deitada durante o trabalho de parto, o que já é provado que intensifica as dores e retarda o trabalho de parto, optar por uma cesária "porque há mecônio ou circular de cordão", o que também já se provou não ser condição sine qua non para tal procedimento...

E "o espanto" a que Laura se refere no trecho anterior me pegou de jeito, uma vez que eu tinha todas as informações, trabalhava com saúde materno infantil e, efetivamente, conseguia instruir e ajudar a muitas mães...então porque não percebi os maus tratos??? Por que não questionei, por que não exigi meus direitos???

Enfim, após ganhar meu lindo menino, passei pelo tempo de reconhecimento, encantamento, organização da nova vida, amor incondicional transbordante e, depois disso ou junto a isso, aquele estranhamento que já comentamos em nossos grupos: "O que há comigo??". Segundo Laura Gutman, é a sombra, para a qual não "me prepararam".

"A maioria das mães se queixa 'porque ninguém lhes contou como era realmente a criação de um bebê' (e aqui eu acrescento o trabalho de parto, o parto, e mais que isso, a assistência que merecemos!) e elas tiveram de aprender literalmente se expondo. É verdade que a experiência é individual, mas, nestes tempos em que abundam as idéias de preparação para o parto, chama minha atenção o fato de que as mulheres continuam chegando muito desvalidas ao momento de assumir a maternidade, sempre no terreno do emocional."

Trabalho de parto com respeito, com amor, com tranquilidade

Esse é meu trabalho e assim será, amorosamente e incansavelmente, a favor das aptidões das mulheres para a maternidade. "Guiando e cuidando delas nesse processo de casulo frágil que se transforma em flor. Uma flor bela e altiva que conhece as leis da natureza e, acima de tudo, as emoções femininas. A criança que está para nascer nos dá a possibilidade de ingressar no mundo adulto (das emoções), mas a decisão de fazê-lo é pessoal. Neste sentido, ser cúmplice da ingenuidade em que a mulher grávida navega é uma decisão profissional."

(Aqui um parênteses: eu e meu marido chegamos a essa conclusão antes de ler as sábias palavras de Laura: não percebemos os maus tratos no meu trabalho de parto, não exigimos e não perguntamos, porque fomos ingênuos, como Laura refere contundentemente, quando diz que "As mulheres se dão ao luxo de ficar tentadas com uma ingenuidade absoluta durante a gravidez. Há uma tendência social de apresentar as grávidas embelezadas com o ventre à mostra, observando, reclusas, o mundo a partir do próprio umbigo, infantilizadas e cercadas de pensamentos supérfluos, folheando revistas românticas e de conselhos úteis.")

Algumas pessoas que ainda não passaram pelo período de puerpério, dirão: "Nossa! Que pesado!" É, é muito pesado olhar para trás e ver que ao invés de sustentar meu emocional, com práticas, discussões em grupo e informações acerca de nossas sombras que fazem questão de aparecer intrinsecamente ligadas ao nascimento de nossos lindos bebês, lembro de sorver, de forma pueril, blogs e sites, revistas e livros que falavam do quarto do bebê, do enxoval, das mudanças biológicas que ocorriam na minha barriga e corpo inteiro, e que flutuei docemente com meu ego-barriga ao ter minha linda barriga de grávida elogiada e acariciada. 

Não há problema nisso, precisamos mesmo ser paparicadas e curtir a parte doce da vida de gestante, com toda glória, o problema está em esquecer do resto, ou achar que não é importante...Porque a partir do parto nossa sombra bate à porta e precisamos saber como lidar com ela, para viver os primeiros anos com nossos bebês em harmonia, sem que eles venham a manifestá-la através de choros incontroláveis, noites arrebatadoramente sem dormir e mal estares repetitivos que podem ser evitados, quando decidirmos "tomar um chá com nossa sombra" e aprendermos a lidar bem com ela, crescendo como mulher e ser humano.


Todos os trechos entre "aspas" em itálico, foram pinçados do livro "A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra" de Laura Gutman que, na minha opinião, é suporte fundamental no processo de tornar-se mãe, adulta e segura, entrando em contato com as nuances femininas com respeito e sabedoria para criar filhos livres de nossas sombras.



quarta-feira, 11 de julho de 2012

Resultado do Sorteio: Laura Gutman Eu Vou!

O sorteio de hoje foi uma grande ação de divulgação dos Seminários! Ficamos muito felizes com a rede de mães e profissionais que se criou para realizarmos juntas o sonho de ter Laura Gutman por perto! 
Aqui vai o resultado do nosso primeiro sorteio! Desculpem-nos o atraso! Gostaríamos de contemplar a todas, mas desta vez as ganhadoras foram:

Para o seminário de  Florianópolis, dia 01/09:
ELLEN YURIKA

Para o seminário de São Paulo, dia 02/09:
GIOVANA DO PRADO

Pedimos às sorteadas que requeiram suas inscrições através dos comentários deste post (para que seja público) dentro do prazo de três dias (até 14/07), caso não aconteça o contato, as segundas colocadas do sorteio levarão a inscrição! Agradecemos a participação de todas e fiquem atentas aos próximos sorteios!
As fotos de tela do Random.org, que realizou o sorteio, para conferência:

- A lista com 13 pessoas:
Lista de 13 pessoas em Florianópolis
 - A lista sorteada:
RESULTADO PARA FLORIANÓPOLIS
 - A lista com 39 pessoas:
Lista com 39 pessoas para São Paulo
 - A lista sorteada:
RESULTADO PARA SÃO PAULO

quarta-feira, 4 de julho de 2012

LAURA GUTMAN NO BRASIL - EU VOU!


Pela primeira vez no Brasil, Laura Gutman estará em Florianópolis dia 01/09 e em São Paulo dia 02/09 para o seminário "O poder do discurso materno".
É autora de livros como "A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra", "Crianza, violencias invisibles y adicciones" e "La revolución de las madres", que exploram o universo da maternidade, os vínculos familiares e as dinâmicas violentas aos quais os seres humanos estão submetidos.
Desde 1996, formou mais de 300 educadores, médicos e profissionais em geral, objetivando construir uma nova visão acerca do problema da violência social e oferecer ferramentas concretas para assumir, com maios consciência, o trabalho que compete a cada um de nós na criação de um mundo menos violento e mais humano.
O seminário terá duração de 4 horas e é dirigido a mães, pais, professores, educadores, psicólogos, psicopedagogos, assistentes sociais, profissionais da saúde, profissionais das ciências humanas e todos aqueles que desejam contribuir para um mundo mais amável.
Mais informações em www.lauragutmannobrasil.blogspot.com.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Estamos crescendo!

OPA! Você não caiu no lugar errado,  o Nossos Filhos agora virou Mammys & Co. porque está crescendo junto comigo e com o Lucano. Ao mesmo tempo em que passei dois anos de encantamento e adaptação, observando com paixão cada passo do meu filho e cada nuance minha, que vinha se desenrolando com o desenvolvimento dele, fui descobrindo com alegria o mundo virtual (e o real) da maternidade.

A cada curso de Shantala, a cada post de dúvidas e emoções trocadas virtualmente, a cada encontro de mães e conversa com pais, entendi melhor o por quê me graduei em Terapia Ocupacional e desde cedo fui me especializando em Saúde Materno Infantil, até o mestrado em Pediatria. Entendi a trama que a vida fez para me trazer até aqui e que era hora de contribuir mais com o olhar que construo até hoje através de pesquisas, anseios e experiências acerca da maternidade.

Percebo o quanto as mães e novas famílias precisam desse encontro, desse apoio, de informação para que o caminho siga tranquilo. Junto a isso, todo um entendimento profissional e pessoal sobre o que se passa e como podemos fazer dessas descobertas menos assustadoras, menos estressantes, mais inteiras, de forma mais equilibrada. Para isso, fui refinando os meios e instrumentos para conseguir levar esse apoio ao maior número de mães e deixei que o Nossos Filhos crescesse, amadurecesse, transformando-se num lugar de oficinas, encontros e trocas mais dinâmicas. Aos poucos essas novidades estarão aparecendo, os vídeos que vocês encontram aqui e que têm mais de 79.100 visualizações serão transformados em um canal de TV virtual, onde semanalmente vocês encontrarão um curso, oficina, entrevista. Aguardem as novidades!

Vamos juntos nessa? Participem, deixem suas sugestões de assuntos, suas dúvidas, o que vocês querem ler e ver por aqui! E lembrem-se de guardar nosso novo endereço em seus favoritos para seguirmos nossos encontro!


              www.mammysico.blogspot.com

sábado, 30 de junho de 2012

Por quê o bebê chora?

Me preocupa muito quando escuto a diversas e diferentes mães desesperadas, dizendo que não sabem mais o que fazer, que seus bebês choram muito ou que dormem pouco! Mães, como qualquer outra, que estão cansadas, apesar de tanto amor, que não dormem direito e que precisam ser acolhidas, acalmadas, para que seus bebês fiquem tranquilos.

Como eu gostaria de passar alguns dias observando a rotina dessas mães com seus filhotes e identificar junto com elas e para elas, o que se passa, e como resolver essas situações!!! Nenhuma mãe e nenhum bebê merece essa tormenta, apesar de uma grande maioria passar por isso e achar até, que é normal. Eu insisto, pode ser comum, mas normal não é! Quando há sofrimento, estamos distanciados de nossa intuição e isso cria uma barreira para que não enxerguemos o que fazer!

O início da vida, de modo nenhum, precisa ser estressante. É um período de muitas descobertas, de nascimentos múltiplos (de mãe, pai, família, etc), de ajustes, de reconhecimentos, de exposição do mais profundo emocional, mas pode ser encarado com equilíbrio e sabedoria, para que seja fluido, prazeroso. Os bebês choram, primeiro, porque é a maneira mais fácil de chamar a atenção dos outros, para algo que acontece com eles (sono, fome, fralda suja, calor, frio), é a maneira mais evidente de comunicação para eles.

O choro deles nem sempre quer dizer "estou infeliz!" Eles só querem que olhemos para eles e, como diz Laura Gutman, precisamos esquecer os palpites e nos conectarmos com eles para saber o que fazer. Em última hipótese, caso já os tenhamos atendido em tudo, precisamos pensar "o que se passa comigo?" ao invés de "o que há com o bebê?", pois se nada passa o choro dele, ele deve estar sentindo algo em nós que não está bem...

Por isso estou tão feliz com a vinda da Laura Gutman para o Brasil, pois ela tem importantes contribuições que podem melhorar, em muito, a vida dessas mães e seus bebês (e dos pais também)! Abaixo, um vídeo maravilhoso que aproxima as angústias das mães e pais com os ensinos de Laura. Aproveitem!


sábado, 16 de junho de 2012

O médico que inspirou a MARCHA!

Mães de todo o Brasil estão em polvorosa com o CREMER RJ, que logo após a reportagem do Fantástico sobre o parto humanizado/parto em casa, indiciou o médico Jorge Kuhn por ter se posicionado como fez!

Li este texto no blog de uma amiga, doula e gestante Shana Gomes, do Parto Alegre, e acho muito importante divulgar o trabalho do Dr. Jorge Kuhn, médico parteiro como auto intitula-se, para que mais mães saibam de seu poder de escolha legítimo e busquem médicos que as respeitem nisso!


Perfil Jorge Kuhn

Médico parteiro
A vida pessoal e profissional do obstetra Jorge Kuhn se divide em antes e depois de seu encontro com as ativistas da humanização do parto, em 2003. Hoje um importante nome desse movimento, ele sempre foi taxado de “vaginalista” pelos colegas.
Por Luciana Benatti* 
Neste sábado e domingo, 16 e 17/06 haverá marcha pelo direito de escolha do local e companhia durante o parto! Confiram os locais no Brasil todo e vamos à luta!

Rio de Janeiro - RJ
Local: Praia de Botafogo, altura do IBOL - Passeata até o CREMERJ (Rua Farani)
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 10h
Contatos: Ingrid Lotfi (21) 9418-7500
 
São Paulo - SP
Local: Parque Mário Covas
Av. Paulista, 1853 (entre a Pe. João Manuel e a Min. Rocha Azevedo) - Passeata até o CREMESP
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 14h
Contatos: Ana Cristina Duarte (11) 9806-7090
 
São José dos Campos - SP
Local: Praça Affonso Pena perto dos brinquedos
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 10h
Contato: Flavia Penido (12) 9124-9820
 
Campinas - SP
Local: Praça do Côco /Barão Geraldo
Data 17 de junho, domingo
Horário: 14h
Contato: Ana Paula (19) 9730-0155
 
Ribeirão Preto - SP
Local: Esplanada do Teatro Pedro II
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 14h
Contato: Marina B Fernandes (16) 9963-9614
 
Sorocaba - SP
Local: Parque Campolim
Data 17 de junho, domingo
HOrário: 10h da manhã
Contato: Gisele Leal (15) 8115-9765
 
Ilhabela - SP
Local: Praça da Mangueira
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 11h
Contato: Isabella Rusconi (12) 96317701 / Alejandra Soto Payva (12) 9149-8405
 
Vitória - ES
Local: Praça dos Namorados - Ponto de encontro em frente ao Bob´s
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 17h
Contatos: Graziele Rodrigues Duda (27) 8808-8184
 
Brasília - DF
Local: próximo ao quiosque do atleta, no Parque da Cidade - Passeata até o eixão
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 9h30h
Contatos: Clarissa Kahn (61) 8139-0099 e Deborah Trevisan (61) 8217-6090
 
Belo Horizonte - MG
Local: Concentração na Igrejinha da Lagoa da Pampulha
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 12h30
Contato: Polly (31) 9312-7399 e Kalu (31) 8749-2500

Recife - PELocal: Marco Zero, Recife Antigo
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15h
Contatos: Paty Brandão (81) 8838-5354/9664-7831, Patricia Sampaio Carvalho
Fortaleza - CE
Local: Aterro da Praia de Iracema
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 17h
Contato: Semírades Ávila
Salvador - BA
Local: Cristo da Barra até o Farol
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 11h
Contato: Daniela Leal (71) 9205-9458, Anne Sobotta (71) 8231-4135 e Chenia d'Anunciação (71) 8814-3903 / 9977-4066
Maceió - AL
Local: Alagoinhas, até a Praça Vera Arruda
Horário: 10h
Contato: Fernanda Café (82) 9107-3111
Curitiba - PR
LOcal: Rua Luiz Xavier - Centro - Boca Maldita
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 11h
Contatos: Inês Baylão (41) 9102-7587
 
Florianópolis - SC
Local: Lagoa da Conceição - concentração na praça da Lagoa, onde acontece a feira de artesanatos
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 15h
Contatos: Ligia Moreiras Sena (48) 9162-4514 e Raphaela Rezende raphaela.rnogueira@gmail.com
 
Porto Alegre - RS
Local: Parque Farroupilha (Redenção), Concentração no Monumento ao Expedicionário
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15h
Contatos: Maria José Goulart (51) 9123-6136 / (51)3013-1344



quinta-feira, 14 de junho de 2012

Dar nascimento dura mais que um parto!


Este post é candidato ao "Melhor Post do Mundo da Limetree".

1º ATO: Você se descobre grávida, mudanças afloram pelos poros, de dentro pra fora uma avalanche de sentimentos e sensações que se materializam na barriga de melancia! Assim como há dias fora do tempo no Calendário Maia, a gestação é um momento fora do tempo, estamos nos preparando para sermos outra pessoa: mãe! Isso traz à tona sentimentos que estavam dormindo desde a infância, conceitos renovados sobre o que é ser mãe e que mundo queremos oferecer a nossos filhos!

2º ATO: Em meio a isso, temos um encontro marcado todos os meses, que vai afunilando com o término da gestação. Seria básico: pré natal = obstetra, não fosse um detalhe inusitado:  Se você não conhece o obstetra, são meses para ir entendendo sua visão de parto, vida, acolhimento. A verdade é que tudo o que você quer, é preparar seu corpo da melhor forma para a chegada, triunfal, de sua pequena pérola! O problema começa justamente aí: há médicos que entendem que o nascimento os pertence, deve ser algum tipo de esquizofrenia médica, onde os tais acreditam fielmente que seu sobrenome é Deus, ou Grande Mãe.

3º ATO: Instala-se a confusão! De um lado você e sua barriga (e tudo o mais que ela traz), precisando de amor, acolhimento e informação segura e correta. De outro, aquele que deveria oferecer  o que você precisa! Muitos, com a desculpa de não te deixar ansiosa, dizem que você não precisa pensar no parto agora, porque "afinal, só Deus sabe o que pode acontecer na hora". Só que esquecem de dizer que o tal Deus a quem se referem, são eles mesmos. Com isso, você perde a oportunidade de realmente preparar sua musculatura, pelve e emocional para ter seu filho da forma mais natural e harmoniosa possível.

4º ATO: O resultado? Pesquisa realizada em 2011 pela UNICEF, revelou que mais de 44% dos nascimentos brasileiros são realizados por cesária, sendo que dados oficiais do país, indicam que a realidade é ainda maior! O parto natural deve ser amplamente debatido, promovido e reivindicado pela sociedade, não há dúvidas! Porém, há uma marca que ficou registrada em, no mínimo, 44% das mulheres: aquelas que, eletivas ou não, ficaram sem a oportunidade de expulsar sua tigra-mãe junto com seu filhote.

5º ATO: É claro que nem sempre a gestação se desenrola com tanta naturalidade, coisas realmente acontecem no andar da carruagem. Por isso acredito que as mães que tiveram seus filhos por cesária, seja por qual motivo for, precisam ter suas histórias respeitadas e seus nascimentos como mães devem ser aclamados, tanto quanto as demais mães. Precisamos disso para não enlouquecer depois que as coisas acalmam e vamos recapitular tudo. Até porque, quem quer discutir e estressar na hora do nascimento do filho? É uma resiliência que fica pulsando por muito tempo, a procura da tigra que se perdeu!

6º ATO: A bolsa rompeu repentinamente e veio com tudo! A partir daí, não senti mais nada, além de alegria da chegada. Não houve dilatação, nenhum resquício de trabalho de parto. Passei a noite dormindo sem a bolsa, e meu filho em posição alta, sem encaixe. Um princípio de infecção: cesária (como diriam os Deuses da obstetrícia)! Tive um parto com extremo amor e acolhimento, estava tranquila, com meu marido me acariciando, luzes fracas, ambiente tranquilo e descontraído, fazendo mantras...Eu sabia que precisava estar tranquila e cheia de luz para receber em meus braços meu doce menino, os mantras me ajudaram a conectar isso! Não escolhi, nem marquei. Ele veio nesse dia, dessa forma, por que "foi melhor assim"...quem sabe?

7º ATO: O que quero dizer com tudo isso, é que não vou me lamentar, afinal foi o nascimento do meu filho!! Há algo muito valioso que não pode ser perdido de vista, independente do que vier a acontecer: precisamos nos sentir felizes, apoiadas, tranquilas e  poderosas por trazer à vida, como ela vier. Não somos menos mães, nem menos poderosas porque as circunstâncias foram diferentes!! E aí é que entra a base de tudo: nosso pequeno ser nasceu, o pegamos no colo, ele se acalma, olhamos pra ele com aquele encantamento, reconhecemos nele a mistura do nosso amor, acolhemos, aninhamos e... depois, seguimos olhando com  "olhar sustentador”. É um detalhe pra quem lê mas na realidade, é TUDO para fazer nosso pequeno, um ser humano FELIZ pro resto da vida!

8° ATO: Esse "olhar sustentador" vai permitir-nos esquecer da vida e sentar no chão, babando de amor por nosso rebento, fazendo-o rir, rindo com ele, sabendo como acalmar suas ansiedades com paciência, prestando atenção em suas tentativas e direcionando seus olhos e coração para estarem presentes, felizes, amorosos, calmos e seguros! Investir com tudo em sua auto estima, oferecendo suporte para que experimentem o mundo e sintam-se tranquilos. Sussurrar todos os dias em seus ouvidinhos o quanto são amados, felizes, queridos, bacanas e sabidos! Acariciar, cantar e falar com eles o tempo todo! Este é o verdadeiro "dar nascimento" que sustenta toda uma vida afetiva e de relação, que se desenrolará!

9° ATO: Será esse olhar sustentador, principalmente nos primeiros anos de vida, quando a criança precisa sentir-se segura (não só na hora do parto, mas sempre), com pais afetuosos e equilibrados (ou buscando estar), que com o tempo, curará as feridas de uma cesária desnecessária! Aceitar e entender o que o momento me ofereceu, tendo sempre a parceria amorosa do meu marido, com certeza fez do nosso nascimento como família, um elo de amor sustentador para a alegria, sapequice e segurança do meu pequeno grande homenzinho. Por que o nascimento dura muito mais que os nove meses em que nos preparamos, e só incia com o parto!

Dando Nascimento Positivo
Se você gostou do que leu, por favor, vá lá na página do Limetree do Facebook, siga a página deles e vote no meu post! (É importante curtir a página deles para que os votos sejam computados). Me ajudem nisso? É muito importante pra mim!
Um beijo!!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Festa de Aniversário de 2 anos!


Meu pretinho fez dois anos! Essa foto foi tirada no final da festa, depois de correr e brincar muito com todos seus amigos. Depois da correria, olhar para ele com essa alegria toda, deixa a gente com a sensação de tarefa cumprida!

Bem, como no ano passado, comecei a pensar na organização da festinha 6 meses antes. Nossa casa ainda está em reformas, mas o dinheiro estava muito curto para fazermos fora. Então, fizemos com a casa em reformas mesmo, com muita criatividade e carinho!

O tema escolhido foi FAZENDINHA. O Lucano é fascinado por cavalos, vacas, trator e afins, não tive dúvida sobre o tema!

O convite: a dica é que o convite seja uma prévia de como será a festa. Por isso, o convite tinha que dar um gostinho de fazenda!! Entregamos a cada amigo, um saquinho com biscoito amanteigado com chocolate, preso por um prendedor de bichinho feito de biscuit.

A cesta com os convites!
                         
                                 Com prendedor de porquinho
Com prendedor de cavalo

                           
                                   Com prendedor de pintinho
Com prendedor de vaquinha

O convite com os biscoitos deliciosos da confeitaria Max

    
Fiz tudo como manda o figurino:
-Lista de convidados e de lembrancinhas
-Lista de comes e bebes
-Tarefas a serem feitas até o dia da festa

Para os "comes e bebes", me preocupa muito o que as crianças terão para se alimentar. Procuro equilibrar as guloseimas com receitas mais saudáveis, acho que agrada a todos, tanto os que comem qualquer tipo de alimento, quanto os que se preocupam em algo mais saudável. Não quero que o Lucano se encha de doces e fique agitado com tanto açúcar no corpo. Quero oferecer coisas gostosas e saudáveis, aliás prefiro as receitas sem glutem, pois pesam menos no estômago! A lista completa de comidas foi esta:

-Palitinhos de tomatinho cereja, com mozzarela de búfala e manjericão;
-Potinhos com azeitonas, pepino cortadinho e ovinhos de codorna frescos;
-Pizza sem glutem (e deliciosa) de cebola com champignon;
-Pães de queijo;
-Coxinhas de galinha;
-Pipoca;
-Caju e amendoim;
Esses tomatinhos não são os meus, capturei daqui,
mas foi exatamente assim que os arrumei!

-Bolo de cenoura com cobertura de ganashe (um sem glutem e um com farinha normal);
-Copinhos de queijo picadinho com doce de abóbora (muito bom!!!);
-Copinhos de canjica deliciosa!
-Brigadeiro (esse não pode faltar!);
-Pudim de leite da Bisa;
-Barrinhas de doce de leite da fazenda;
-Barrinhas de doce de banana (ou mariola);
-Frutas secas.

Bolo de cenoura sem glúten com ganashe de chocolate,
detalhe da vela de fazenda!

 
                  
               Pudim de leite da Bisa!
Copinhos com queijo picadinho e doce de abóbora.
Ficou uma delícia!
                           

Para beber: Sucos de uva e pêssego, água e refrigerantes. As crianças pediam água e suco!!
As comidas estavam uma delícia, todas lembrando o que comemos nas fazendas!

Para as crianças brincarem, deixei a cabaninha de bichos do meu filho no pátio, uma caixa de feira com brinquedos como quebra cabeças e jogo da memória, bolas (que foi o que mais eles brincaram), bichinhos de borracha, além de giz de cera, lápis de cor e folhas.

A decoração: Atrás da mesa dos doces, coloquei duas guirlandas com bichinhos feitos em feltro. Decorei a mesa com os mesmos bichos em feltro e coisas que lembrassem a fazenda:

Bichinhos em feltro feitos pela vovó e pela bisa
Porta guardanapo de R1,99

A chaleira em tecido, feita em cima daqueles protetores para bolo,
os bichinhos de eva e pet e a caneca de vaquinha com as frutas secas.



De lembrancinha, deixei em cima de uma mesa, máscaras de bichos de EVA (que podem tranquilamente ser feitas pelas mães habilidosas), que inclusive as crianças já foram pegando e brincaram muito durante a festa; fiz potinhos com garrafa PET e EVA de bichos, saquinhos com um jogo de bolinhas de gude (os meninos adoraram!) e ecobolsas que viram moranguinho. Adultos e crianças sairam felizes com suas lembranças!


 (ainda colocarei as fotos das lembranças aqui. Aguardem!)



Dicas para quem vai fazer a festa em casa (uma festa com mais de 15 convidados):


-Em hipótese alguma saia de casa no dia da festa! Eu saí para buscar os brigadeiros, pães de queijo e coxinhas e cheguei atrasada! Se tiver de buscar algo, já deixe agendado com algum parente ou motoboy! Assim, você fica descansada e organizando as coisas na casa com tranquilidade!

-Deixe todas as coisas que serão arrumadas na mesa de doces, salgados e pendurados nas paredes, separados em caixas, com a devida identificação, para que a montagem não dependa unicamente de você!

-Eu desenhei como queria que ficassem as mesas , com o bolo ao centro, os elementos decorativos e os comes e bebes. Desenhei a sala, com indicação de onde queria tudo....mas na hora em que saí para buscar os salgados, esqueci de deixar alguém com a tarefa de começar a organizar...Ou seja, tenha uma pessoa para ajudar na montagem da decoração!

-Arrume as mesas com pelo menos 1h30 de antecedência! Como cheguei atrasada e corri para arrumar as mesas, assim que coloquei as comidas, quem estava na festa já foi servindo e quando me dei por conta, não havia batido fotos das mesas interias...

-Além disso, ter uma pessoa para ir limpando as mesas e repondo os comes e bebes (além de dar uma olhada sempre no banheiro), é fundamental, se não você corre o risco de passar a festa fazendo isso e não aproveitar!

Luc e seu melhor amigo, Ick, dando um abraço gostoso!
Olha as carinhas de sapeca!

Estavam conosco 76 pessoas! Foi uma aventura, as crianças correndo pelo pátio, a casa lotada, um parabéns caloroso e o Lucano muito feliz! Preciso agradecer a ajuda do vovô Beto, da Josi e da Néa, da Nica e da Vó/Bisa, da minha mãe, da Liane e da tia Paloma, da Nise (amada!!!) do Gef (que acabou não indo na festa, mas teve participação ativa antes) e do meu amor, claro! E de todo mundo que foi dar um abraço gostoso no Lu e nos encheu de carinho!