quinta-feira, 14 de junho de 2012

Dar nascimento dura mais que um parto!


Este post é candidato ao "Melhor Post do Mundo da Limetree".

1º ATO: Você se descobre grávida, mudanças afloram pelos poros, de dentro pra fora uma avalanche de sentimentos e sensações que se materializam na barriga de melancia! Assim como há dias fora do tempo no Calendário Maia, a gestação é um momento fora do tempo, estamos nos preparando para sermos outra pessoa: mãe! Isso traz à tona sentimentos que estavam dormindo desde a infância, conceitos renovados sobre o que é ser mãe e que mundo queremos oferecer a nossos filhos!

2º ATO: Em meio a isso, temos um encontro marcado todos os meses, que vai afunilando com o término da gestação. Seria básico: pré natal = obstetra, não fosse um detalhe inusitado:  Se você não conhece o obstetra, são meses para ir entendendo sua visão de parto, vida, acolhimento. A verdade é que tudo o que você quer, é preparar seu corpo da melhor forma para a chegada, triunfal, de sua pequena pérola! O problema começa justamente aí: há médicos que entendem que o nascimento os pertence, deve ser algum tipo de esquizofrenia médica, onde os tais acreditam fielmente que seu sobrenome é Deus, ou Grande Mãe.

3º ATO: Instala-se a confusão! De um lado você e sua barriga (e tudo o mais que ela traz), precisando de amor, acolhimento e informação segura e correta. De outro, aquele que deveria oferecer  o que você precisa! Muitos, com a desculpa de não te deixar ansiosa, dizem que você não precisa pensar no parto agora, porque "afinal, só Deus sabe o que pode acontecer na hora". Só que esquecem de dizer que o tal Deus a quem se referem, são eles mesmos. Com isso, você perde a oportunidade de realmente preparar sua musculatura, pelve e emocional para ter seu filho da forma mais natural e harmoniosa possível.

4º ATO: O resultado? Pesquisa realizada em 2011 pela UNICEF, revelou que mais de 44% dos nascimentos brasileiros são realizados por cesária, sendo que dados oficiais do país, indicam que a realidade é ainda maior! O parto natural deve ser amplamente debatido, promovido e reivindicado pela sociedade, não há dúvidas! Porém, há uma marca que ficou registrada em, no mínimo, 44% das mulheres: aquelas que, eletivas ou não, ficaram sem a oportunidade de expulsar sua tigra-mãe junto com seu filhote.

5º ATO: É claro que nem sempre a gestação se desenrola com tanta naturalidade, coisas realmente acontecem no andar da carruagem. Por isso acredito que as mães que tiveram seus filhos por cesária, seja por qual motivo for, precisam ter suas histórias respeitadas e seus nascimentos como mães devem ser aclamados, tanto quanto as demais mães. Precisamos disso para não enlouquecer depois que as coisas acalmam e vamos recapitular tudo. Até porque, quem quer discutir e estressar na hora do nascimento do filho? É uma resiliência que fica pulsando por muito tempo, a procura da tigra que se perdeu!

6º ATO: A bolsa rompeu repentinamente e veio com tudo! A partir daí, não senti mais nada, além de alegria da chegada. Não houve dilatação, nenhum resquício de trabalho de parto. Passei a noite dormindo sem a bolsa, e meu filho em posição alta, sem encaixe. Um princípio de infecção: cesária (como diriam os Deuses da obstetrícia)! Tive um parto com extremo amor e acolhimento, estava tranquila, com meu marido me acariciando, luzes fracas, ambiente tranquilo e descontraído, fazendo mantras...Eu sabia que precisava estar tranquila e cheia de luz para receber em meus braços meu doce menino, os mantras me ajudaram a conectar isso! Não escolhi, nem marquei. Ele veio nesse dia, dessa forma, por que "foi melhor assim"...quem sabe?

7º ATO: O que quero dizer com tudo isso, é que não vou me lamentar, afinal foi o nascimento do meu filho!! Há algo muito valioso que não pode ser perdido de vista, independente do que vier a acontecer: precisamos nos sentir felizes, apoiadas, tranquilas e  poderosas por trazer à vida, como ela vier. Não somos menos mães, nem menos poderosas porque as circunstâncias foram diferentes!! E aí é que entra a base de tudo: nosso pequeno ser nasceu, o pegamos no colo, ele se acalma, olhamos pra ele com aquele encantamento, reconhecemos nele a mistura do nosso amor, acolhemos, aninhamos e... depois, seguimos olhando com  "olhar sustentador”. É um detalhe pra quem lê mas na realidade, é TUDO para fazer nosso pequeno, um ser humano FELIZ pro resto da vida!

8° ATO: Esse "olhar sustentador" vai permitir-nos esquecer da vida e sentar no chão, babando de amor por nosso rebento, fazendo-o rir, rindo com ele, sabendo como acalmar suas ansiedades com paciência, prestando atenção em suas tentativas e direcionando seus olhos e coração para estarem presentes, felizes, amorosos, calmos e seguros! Investir com tudo em sua auto estima, oferecendo suporte para que experimentem o mundo e sintam-se tranquilos. Sussurrar todos os dias em seus ouvidinhos o quanto são amados, felizes, queridos, bacanas e sabidos! Acariciar, cantar e falar com eles o tempo todo! Este é o verdadeiro "dar nascimento" que sustenta toda uma vida afetiva e de relação, que se desenrolará!

9° ATO: Será esse olhar sustentador, principalmente nos primeiros anos de vida, quando a criança precisa sentir-se segura (não só na hora do parto, mas sempre), com pais afetuosos e equilibrados (ou buscando estar), que com o tempo, curará as feridas de uma cesária desnecessária! Aceitar e entender o que o momento me ofereceu, tendo sempre a parceria amorosa do meu marido, com certeza fez do nosso nascimento como família, um elo de amor sustentador para a alegria, sapequice e segurança do meu pequeno grande homenzinho. Por que o nascimento dura muito mais que os nove meses em que nos preparamos, e só incia com o parto!

Dando Nascimento Positivo
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