domingo, 3 de outubro de 2010

"Curso para pais"

Desde que comecei o trabalho como terapeuta e educadora, passei a perceber que em nenhuma etapa da vida, as pessoas aprendem a ser pai e mãe. A maioria aprende junto com o filho, a medida que este for crescendo. Porém, muitas coisas poderiam ser evitadas se antes de serem pais, as pessoas fizessem grupos, oficinas, cursos para serem pais. (Assim como se fazem cursos para casais na Religião Católica).

Há tempos vêm aumentando o número de cursos para casais gestantes, mas a grande maioria oferece informação e prática sobre os cuidados básicos de saúde e higiene: Como dar banho, trocar fraldas, amamentar, etc. São ótimos, geralmente há professores médicos e enfermeiras e o conteúdo supre a necessidade de informações básicas importantes.

Nosso pequeno gauchinho!

O "curso para pais" a que me refiro, seria uma grande conversa e troca de informações, onde os casais aprenderiam  a conversar, respeitar diferentes pontos de vista, falar um pouco um ao outro como foi sua criação e como acredita que deva ser uma boa educação. Só aqui já daria "pano pra manga"! Isso proporcionaria um afinamento entre o casal, tão importante nas tomadas de decisões futuras.

Na continuação do curso, os pais veriam o quanto suas atitudes são copiadas pelos filhos e a importância de prestarmos atenção ao que estamos fazendo, para verificar se é realmente isso que queremos ensinar aos pequenos. Como exemplos, se quisermos que nossos filhos não comam "porcarias", não deveríamos comê-las. Se quisermos que eles respeitem aos outros, deveríamos ter mais paciência e tolerância, mais amorosidade, mais compreensão com os outros, além de não gritar, saber ouvir, olhar nos olhos, ceder espaço e tantas outras coisas que, na correria dos dias, acabam passando despercebidas por muitos adultos. Se quisermos filhos bem educados, devemos ser bem educados com eles e com os outros.

Quando começamos a prestar atenção nesses pequenos detalhes no dia a dia, conseguimos olhar mais para fora do nosso umbigo e perceber os outros. Assim, podemos criar uma boa relação de casal onde um está disponível para ajudar ao outro, e uma relação de confiança e cumplicidade com os filhos, que crescem mais seguros e felizes em um ambiente harmonioso.

A relação equilibrada do casal, é muito importante quando o bebê chega em casa. Os hormônios que foram mexidos no corpo da mulher durante a gestação, seguirão mexidos por um bom tempo e é muito comum provocarem depressão e sentimentos contraditórios. Quanto mais apoio emocional a mãe tiver, melhor ela estará para atender às necessidades do bebê. Já o pai, quanto mais compreensão, carinho e cumplicidade ele tiver, mais apoio conseguirá dar à mãe de seu filho.

As decisões futuras que citei acima, são inúmeras e podem gerar polêmica e mal estar se não forem conversadas antes. Entre elas:
-O que faremos quando o bebê chora demais;
-Por que o bebê está chorando;
-O que faremos quando ele não quer dormir;
-Como faremos o bebê dormir e onde;
-Como acalmaremos o bebê (se no seio, se no colo, se no carrinho...)
-O que responderemos às pessoas quando elas dizem coisas que não fazem sentido como se conhecessem a dinâmica familiar ou nossos filhos (ah! as pessoas adoram dar palpite sobre como devemos proceder);
-Como será a alimentação do bebê;

Sinto que o apoio e atenção do Alberto são imprescindíveis na minha relação com meu filho. Se discutimos, podem estar certas de que ficarei frágil emocionalmente e não conseguirei estar inteira com o Lucano. Ao contrário, ao nos tratarmos mutuamente com amor e respeito, mantenho minha energia mais constante e fico muito mais disposta com meu rebento e com meu marido. Podemos ver o resultado de nossa educação, desde cedo, quando vemos nosso pequeno sorrindo, tranquilo e se desenvolvendo com saúde!

*em nosso próximo encontro, falaremos sobre essas "decisões" que precisamos tomar em dupla sobre o bebê, se quiserem mandar sugestões, por favor!