domingo, 18 de março de 2012

Dicas sobre bebês (ou o que fazer com meu bebê)


Já ouvimos, mais de uma vez, coisas do tipo: "O bebê pequenininho não faz nada!" ou "Ele não brinca muito, fica só conosco" ou "O que eu faço com meu bebê em casa?" São pensamentos e dúvidas bastante comuns! Quando nasce um bebê, estamos nascendo como pais também e precisamos de tempo para olhar para nosso bebê e percebê-lo: como ele reage a diferentes estímulos, do que mais gosta, o que o deixa incomodado, por que está chorando.

Imaginem que o bebê recém nascido está experimentando o mundo: seus sons, odores, gostos, luzes; além de estar experimentando-se como ser no mundo: seu intestino, pulmões, o sentir na pele, a fome, os medos, etc. Maiorzinho, o bebê experimenta o corpo no espaço, rola, sobe e desce, alcança, chama, experimenta sabores diversos. Como "projetinho de criança" testa seus limites (e o dos outros) e aventura-se por horizontes mais largos. Durante todas essas fases, ele está em constante relação com o mundo e conosco, desde o primeiro dia: quando ouve a voz dos pais (e as reconhece!), quando vê os rostos adultos, cores e luzes, quando sente frio e calor, quando sente sono e fome. Sua forma mais evidente de comunicação é o choro. Porém, ele se comunica com o corpo todo, quando mexe as mãos, volta a cabeça para um lado, torce o corpo e balbucia.

Uma das melhores formas de conhecer seu pequenino bebê e entender suas formas de comunicação é estar em contato direto com ele. Como?

- Slingando: O sling é um "carregador de bebês" e muito mais do que isso, é uma maneira de estar o maior tempo oferecendo amor, calor e aconchego ao bebê, enquanto realizamos tarefas como um passeio na rua ou uma refeição. Quando o bebê está no sling sente o ritmo dos passos de quem o carrega, o cheiro, o calor, o coração. Sente-se aninhado e seguro: O mundo é acolhedor!

- Olhar e conversar: Dê-se longos tempos para ficar olhando para o seu bebê, acariciando, conversando com ele (mesmo que no começo você ache estranho), dizendo a ele como ele é bonito e amado, fazendo brincadeirinhas com sons e cócegas. Contar histórias e cantar acalma, é um abraço com a voz. Enquanto troca sua fralda, nomeie a ele as partes de seu corpo, diga a ele tudo o que está fazendo, assim deixamos o bebê seguro e contribuimos para a construção de sua linguagem. De uma forma profunda, estamos dizendo a ele: você é amado e aceito!

- Massagear/ Fazer Shantala: Inúmeras referências citam o fato de pessoas (e animais) que não são tocados, deixam-se morrer, mesmo que tenham comida! A falta do toque produz efeitos devastadores na maneira como os seres se relacionam e constróem sua auto estima! Por outro lado, massagear de forma delicada, segura e constante, dá vida, libera hormônios como os do sono, relaxa tensões, aliviando cólicas, libera articulações, facilitando a amplitude de movimentos e consequente aprendizado, facilita relações, uma vez que deixa registros de afeto, acolhimento e aceitação extremamente positivos para a construção de um ser humano saudável física e emocionalmente.

- Banho de balde/ Ofurô de bebês: Nos primeiros meses, o bebê ainda apresenta padrões de comportamentos uterinos, como reflexos e posição fetal. Ele está em transição entre os mundos em que habitava (o útero) e o que habita. Por esse motivo, a maneira como seguramos o bebê deve ser delicada, flexionando seus joelhos e apoiando o bumbum e a nuca, trazendo-o sempre para perto de nosso peito. Imagine como deve ser assustador, de repente, estar despido, sentindo a pele em contato com o ar e ser colocado numa banheira, onde o corpo está solto e o peito aberto...O banho de balde reproduz o ambiente uterino: apertadinho, onde o bebê senta-se com as perninhas flexionadas e os braços cruzados em frente ao peito, ele sabe que dali não pode cair! Com o tempo, ele bate na água, mexe os pezinhos e até pula, ampliando os movimentos com segurança. Quando não cabe mais no balde ou pula o tempo todo, já está seguro para relaxar, boiando na banheira e aproveitando a possibilidade de ampliar seus movimentos!

- Rituais: Os bebês amam rituais, estes antecipam o que irá acontecer, dando maior segurança a eles. Procure amamentá-lo de três em três horas. Observe em que padrão de horários seu bebê costuma sentir cólicas e prepare uma shantala para antes disso acontecer. Apague as luzes de casa, deixando abajures acesos e coloque música suave perto da hora de dormir à noite, inclusive faça o ritual do sono mais ou menos sempre na mesma hora, seguindo os mesmos passos, que podem ser: ambiente calmo, historinha, shantala, banho e mamá! Nossos pequenos têm uma capacidade adaptativa imensa, e logo saberão que é hora de alimentar-se ou dormir, evitando choradeiras homéricas e noites mal dormidas!

- Brinque: Desde os primeiros dias, o bebê brinca: com suas mãozinhas e pés, com a voz (balbuciando). Deite-o em cima de um tapete e ofereça chocalhos, brinquedos macios e coloridos, deixe-o bater em briquedinhos pendurados e ver o que acontece. O brincar é a maior forma de aprendizado da criança, e podemos ensinar o bebê como se brinca e deixar que ele explore os objetos e dê novas funções ao que já aprendeu. Isso aumenta o número de sinapses, ou comunicação dos neurônios e prepara o cérebro para encontrar mais soluções e acomodar infromações de forma mais eficiente, do que um bebê que não tem estímulo algum! O resultado da gente se entregar, brincando no chão? Crianças mais satisfeitas nas relações, seguras, alegres e com uma ampla gama de informações que beneficiam seu cresimento e inteligência!

-Busque ajuda! Tornar-se mãe/ pai, é um processo de conhecer nosso filho, de combinar o que queremos para ele, de estabelecer novas rotinas, de estra amplamente disponível ao outro. No início, a prolactina dá uma "bagunçada" no funcionamento do nosso corpo e emoções e por isso, e pelas mudanças todas que se estabelecem, estamos naturalmente mais sensíveis. Pedir e aceitar ajuda e a companhia de amigas e familiares alivia toda uma carga, que pode deixar tudo desnecessariamente mais trabalhoso e cansativo. Foi para oferecer suporte de informação e trocas que este blog foi criado, venham sempre, perguntem, estejam em casa!

Um beijo, Ju.