sábado, 30 de junho de 2012

Por quê o bebê chora?

Me preocupa muito quando escuto a diversas e diferentes mães desesperadas, dizendo que não sabem mais o que fazer, que seus bebês choram muito ou que dormem pouco! Mães, como qualquer outra, que estão cansadas, apesar de tanto amor, que não dormem direito e que precisam ser acolhidas, acalmadas, para que seus bebês fiquem tranquilos.

Como eu gostaria de passar alguns dias observando a rotina dessas mães com seus filhotes e identificar junto com elas e para elas, o que se passa, e como resolver essas situações!!! Nenhuma mãe e nenhum bebê merece essa tormenta, apesar de uma grande maioria passar por isso e achar até, que é normal. Eu insisto, pode ser comum, mas normal não é! Quando há sofrimento, estamos distanciados de nossa intuição e isso cria uma barreira para que não enxerguemos o que fazer!

O início da vida, de modo nenhum, precisa ser estressante. É um período de muitas descobertas, de nascimentos múltiplos (de mãe, pai, família, etc), de ajustes, de reconhecimentos, de exposição do mais profundo emocional, mas pode ser encarado com equilíbrio e sabedoria, para que seja fluido, prazeroso. Os bebês choram, primeiro, porque é a maneira mais fácil de chamar a atenção dos outros, para algo que acontece com eles (sono, fome, fralda suja, calor, frio), é a maneira mais evidente de comunicação para eles.

O choro deles nem sempre quer dizer "estou infeliz!" Eles só querem que olhemos para eles e, como diz Laura Gutman, precisamos esquecer os palpites e nos conectarmos com eles para saber o que fazer. Em última hipótese, caso já os tenhamos atendido em tudo, precisamos pensar "o que se passa comigo?" ao invés de "o que há com o bebê?", pois se nada passa o choro dele, ele deve estar sentindo algo em nós que não está bem...

Por isso estou tão feliz com a vinda da Laura Gutman para o Brasil, pois ela tem importantes contribuições que podem melhorar, em muito, a vida dessas mães e seus bebês (e dos pais também)! Abaixo, um vídeo maravilhoso que aproxima as angústias das mães e pais com os ensinos de Laura. Aproveitem!


sábado, 16 de junho de 2012

O médico que inspirou a MARCHA!

Mães de todo o Brasil estão em polvorosa com o CREMER RJ, que logo após a reportagem do Fantástico sobre o parto humanizado/parto em casa, indiciou o médico Jorge Kuhn por ter se posicionado como fez!

Li este texto no blog de uma amiga, doula e gestante Shana Gomes, do Parto Alegre, e acho muito importante divulgar o trabalho do Dr. Jorge Kuhn, médico parteiro como auto intitula-se, para que mais mães saibam de seu poder de escolha legítimo e busquem médicos que as respeitem nisso!


Perfil Jorge Kuhn

Médico parteiro
A vida pessoal e profissional do obstetra Jorge Kuhn se divide em antes e depois de seu encontro com as ativistas da humanização do parto, em 2003. Hoje um importante nome desse movimento, ele sempre foi taxado de “vaginalista” pelos colegas.
Por Luciana Benatti* 
Neste sábado e domingo, 16 e 17/06 haverá marcha pelo direito de escolha do local e companhia durante o parto! Confiram os locais no Brasil todo e vamos à luta!

Rio de Janeiro - RJ
Local: Praia de Botafogo, altura do IBOL - Passeata até o CREMERJ (Rua Farani)
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 10h
Contatos: Ingrid Lotfi (21) 9418-7500
 
São Paulo - SP
Local: Parque Mário Covas
Av. Paulista, 1853 (entre a Pe. João Manuel e a Min. Rocha Azevedo) - Passeata até o CREMESP
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 14h
Contatos: Ana Cristina Duarte (11) 9806-7090
 
São José dos Campos - SP
Local: Praça Affonso Pena perto dos brinquedos
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 10h
Contato: Flavia Penido (12) 9124-9820
 
Campinas - SP
Local: Praça do Côco /Barão Geraldo
Data 17 de junho, domingo
Horário: 14h
Contato: Ana Paula (19) 9730-0155
 
Ribeirão Preto - SP
Local: Esplanada do Teatro Pedro II
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 14h
Contato: Marina B Fernandes (16) 9963-9614
 
Sorocaba - SP
Local: Parque Campolim
Data 17 de junho, domingo
HOrário: 10h da manhã
Contato: Gisele Leal (15) 8115-9765
 
Ilhabela - SP
Local: Praça da Mangueira
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 11h
Contato: Isabella Rusconi (12) 96317701 / Alejandra Soto Payva (12) 9149-8405
 
Vitória - ES
Local: Praça dos Namorados - Ponto de encontro em frente ao Bob´s
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 17h
Contatos: Graziele Rodrigues Duda (27) 8808-8184
 
Brasília - DF
Local: próximo ao quiosque do atleta, no Parque da Cidade - Passeata até o eixão
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 9h30h
Contatos: Clarissa Kahn (61) 8139-0099 e Deborah Trevisan (61) 8217-6090
 
Belo Horizonte - MG
Local: Concentração na Igrejinha da Lagoa da Pampulha
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 12h30
Contato: Polly (31) 9312-7399 e Kalu (31) 8749-2500

Recife - PELocal: Marco Zero, Recife Antigo
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15h
Contatos: Paty Brandão (81) 8838-5354/9664-7831, Patricia Sampaio Carvalho
Fortaleza - CE
Local: Aterro da Praia de Iracema
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 17h
Contato: Semírades Ávila
Salvador - BA
Local: Cristo da Barra até o Farol
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 11h
Contato: Daniela Leal (71) 9205-9458, Anne Sobotta (71) 8231-4135 e Chenia d'Anunciação (71) 8814-3903 / 9977-4066
Maceió - AL
Local: Alagoinhas, até a Praça Vera Arruda
Horário: 10h
Contato: Fernanda Café (82) 9107-3111
Curitiba - PR
LOcal: Rua Luiz Xavier - Centro - Boca Maldita
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 11h
Contatos: Inês Baylão (41) 9102-7587
 
Florianópolis - SC
Local: Lagoa da Conceição - concentração na praça da Lagoa, onde acontece a feira de artesanatos
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 15h
Contatos: Ligia Moreiras Sena (48) 9162-4514 e Raphaela Rezende raphaela.rnogueira@gmail.com
 
Porto Alegre - RS
Local: Parque Farroupilha (Redenção), Concentração no Monumento ao Expedicionário
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15h
Contatos: Maria José Goulart (51) 9123-6136 / (51)3013-1344



quinta-feira, 14 de junho de 2012

Dar nascimento dura mais que um parto!


Este post é candidato ao "Melhor Post do Mundo da Limetree".

1º ATO: Você se descobre grávida, mudanças afloram pelos poros, de dentro pra fora uma avalanche de sentimentos e sensações que se materializam na barriga de melancia! Assim como há dias fora do tempo no Calendário Maia, a gestação é um momento fora do tempo, estamos nos preparando para sermos outra pessoa: mãe! Isso traz à tona sentimentos que estavam dormindo desde a infância, conceitos renovados sobre o que é ser mãe e que mundo queremos oferecer a nossos filhos!

2º ATO: Em meio a isso, temos um encontro marcado todos os meses, que vai afunilando com o término da gestação. Seria básico: pré natal = obstetra, não fosse um detalhe inusitado:  Se você não conhece o obstetra, são meses para ir entendendo sua visão de parto, vida, acolhimento. A verdade é que tudo o que você quer, é preparar seu corpo da melhor forma para a chegada, triunfal, de sua pequena pérola! O problema começa justamente aí: há médicos que entendem que o nascimento os pertence, deve ser algum tipo de esquizofrenia médica, onde os tais acreditam fielmente que seu sobrenome é Deus, ou Grande Mãe.

3º ATO: Instala-se a confusão! De um lado você e sua barriga (e tudo o mais que ela traz), precisando de amor, acolhimento e informação segura e correta. De outro, aquele que deveria oferecer  o que você precisa! Muitos, com a desculpa de não te deixar ansiosa, dizem que você não precisa pensar no parto agora, porque "afinal, só Deus sabe o que pode acontecer na hora". Só que esquecem de dizer que o tal Deus a quem se referem, são eles mesmos. Com isso, você perde a oportunidade de realmente preparar sua musculatura, pelve e emocional para ter seu filho da forma mais natural e harmoniosa possível.

4º ATO: O resultado? Pesquisa realizada em 2011 pela UNICEF, revelou que mais de 44% dos nascimentos brasileiros são realizados por cesária, sendo que dados oficiais do país, indicam que a realidade é ainda maior! O parto natural deve ser amplamente debatido, promovido e reivindicado pela sociedade, não há dúvidas! Porém, há uma marca que ficou registrada em, no mínimo, 44% das mulheres: aquelas que, eletivas ou não, ficaram sem a oportunidade de expulsar sua tigra-mãe junto com seu filhote.

5º ATO: É claro que nem sempre a gestação se desenrola com tanta naturalidade, coisas realmente acontecem no andar da carruagem. Por isso acredito que as mães que tiveram seus filhos por cesária, seja por qual motivo for, precisam ter suas histórias respeitadas e seus nascimentos como mães devem ser aclamados, tanto quanto as demais mães. Precisamos disso para não enlouquecer depois que as coisas acalmam e vamos recapitular tudo. Até porque, quem quer discutir e estressar na hora do nascimento do filho? É uma resiliência que fica pulsando por muito tempo, a procura da tigra que se perdeu!

6º ATO: A bolsa rompeu repentinamente e veio com tudo! A partir daí, não senti mais nada, além de alegria da chegada. Não houve dilatação, nenhum resquício de trabalho de parto. Passei a noite dormindo sem a bolsa, e meu filho em posição alta, sem encaixe. Um princípio de infecção: cesária (como diriam os Deuses da obstetrícia)! Tive um parto com extremo amor e acolhimento, estava tranquila, com meu marido me acariciando, luzes fracas, ambiente tranquilo e descontraído, fazendo mantras...Eu sabia que precisava estar tranquila e cheia de luz para receber em meus braços meu doce menino, os mantras me ajudaram a conectar isso! Não escolhi, nem marquei. Ele veio nesse dia, dessa forma, por que "foi melhor assim"...quem sabe?

7º ATO: O que quero dizer com tudo isso, é que não vou me lamentar, afinal foi o nascimento do meu filho!! Há algo muito valioso que não pode ser perdido de vista, independente do que vier a acontecer: precisamos nos sentir felizes, apoiadas, tranquilas e  poderosas por trazer à vida, como ela vier. Não somos menos mães, nem menos poderosas porque as circunstâncias foram diferentes!! E aí é que entra a base de tudo: nosso pequeno ser nasceu, o pegamos no colo, ele se acalma, olhamos pra ele com aquele encantamento, reconhecemos nele a mistura do nosso amor, acolhemos, aninhamos e... depois, seguimos olhando com  "olhar sustentador”. É um detalhe pra quem lê mas na realidade, é TUDO para fazer nosso pequeno, um ser humano FELIZ pro resto da vida!

8° ATO: Esse "olhar sustentador" vai permitir-nos esquecer da vida e sentar no chão, babando de amor por nosso rebento, fazendo-o rir, rindo com ele, sabendo como acalmar suas ansiedades com paciência, prestando atenção em suas tentativas e direcionando seus olhos e coração para estarem presentes, felizes, amorosos, calmos e seguros! Investir com tudo em sua auto estima, oferecendo suporte para que experimentem o mundo e sintam-se tranquilos. Sussurrar todos os dias em seus ouvidinhos o quanto são amados, felizes, queridos, bacanas e sabidos! Acariciar, cantar e falar com eles o tempo todo! Este é o verdadeiro "dar nascimento" que sustenta toda uma vida afetiva e de relação, que se desenrolará!

9° ATO: Será esse olhar sustentador, principalmente nos primeiros anos de vida, quando a criança precisa sentir-se segura (não só na hora do parto, mas sempre), com pais afetuosos e equilibrados (ou buscando estar), que com o tempo, curará as feridas de uma cesária desnecessária! Aceitar e entender o que o momento me ofereceu, tendo sempre a parceria amorosa do meu marido, com certeza fez do nosso nascimento como família, um elo de amor sustentador para a alegria, sapequice e segurança do meu pequeno grande homenzinho. Por que o nascimento dura muito mais que os nove meses em que nos preparamos, e só incia com o parto!

Dando Nascimento Positivo
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