quarta-feira, 18 de abril de 2012

Shantala! Parte 3

Há alguns dias estamos falando sobre Shantala. Aqui ofereço dicas para a realização da massagem e aqui mostro fotos e a técnica em si. Depois de aprendida a técnica e internalizado seu significado de amor, segurança e intimidade, vamos amadurecendo nossa relação de confiança com o bebê (e conosco mesmas) e fica mais fácil perceber as manifestações dos pequenos, interpretar o que precisam e oferecer segurança a eles.
Shantala, Calcutá-Índia
A massagem (original) e, principalmente, seus efeitos tem continuidade num banho morno gostoso. A água é condutora de energia e, morna, ajuda a relaxar aspectos profundos do corpo que nossas mãos não tocaram. A maneira como pegamos o bebê e oferecemos suporte na banheira, vai interferir na disponibilidade do bebê para seguir relaxando. Se ele for pequenininho e estiver acostumado, dê o banho no balde. Caso ele esteja acostumado com a banheira, a melhor maneira é seguir para ela! Segure seu bebê atrás do pescoço e pelo bumbum e o coloque delicadamente na água, conversando com ele suavemente que agora vão para a água. Deixe-o "flutuar" com seu apoio nas costas, ajudando-o a soltar os braços e pernas na água. Se estiver no balde, deixe-o curtir o momento.

A Shantala é uma massagem e, como tal, necessita de flexibilidade, ou seja, o melhor caminho a seguir é o seu coração (se ele estiver tranquilo) e perceber os movimentos dos pequenos, pois o objetivo é que mamãe (ou quem faz a massagem) e bebê sintam-se muito bem, alegres, conectados, inundados de amor, relaxados. Se uma dessas coisas não estiver ok, procuremos primeiro ficar tranquilas, pois só assim nossos bebês vão querer ser tocados!

Um exemplo bem claro disso: Apesar de ensinar a Shantala clássica, com toda sua técnica e sequência, muitas vezes percebo que é melhor começar a relaxar meu filho num bom banho, ir ao quarto dele aquecido, cheiroso, com uma leve música e já que está peladinho, começar a massagem. Às vezes ele está muito agitado, então começo brincando suavemente e faço as partes da massagem que ele mais gosta, como nos dedos e nariz (e ele pede que repita muito) e então vai se entregando e começo a sequencia. Outras vezes não dá pra fazer a sequencia toda, outras ele dorme no meio e outras, ainda, ele diz: "não, mamãe!". É preciso respeitar sua disposição e vontade!!

"Sim, longe de ser simplesmente um dos cuidados que dedicamos aos bebês, esta massagem é uma arte.
E, portanto, você precisará de um mestre.
E dessas coisas que não se aprendem num livro.
Esta arte é assim.
Em que lugar encontrar um mestre, aqui no Ocidente, onde esta massagem é completamente desconhecida?
Você pode ir a Calcutá, onde o acaso pôs Shantala no meu caminho.
Mas será uma longa viagem.
Talvez você não venha a ter a minha sorte. Talvez não a encontre.
Além disso, você terá que encarar de frente um clima difícil. E as epidemias. E ficar.
Pois são coisas que não se ensinam num dia...E então?
Felizmente, o mestre está aí. Como sempre.
Tudo sempre está aí, bem à mão, se soubermos olhar.
Esse mestre, mais uma vez, é o bebê.
É ele quem vai ensiná-la, intuí-la.
Com uma única condição: você ser modesta.
E bastante simples, bastante aberta para seguí-lo.
Deixe-se guiar por ele" Frédérick Leboyer

Essas  delicadas palavras me tocaram muito, pois fui à Índia duas vezes e sei o quanto ela é arrebatadora e o quanto sua sabedoria nos é cara!

Juliana, oferenda de lamparina à deusa Ganga-Varanasi-Índia


Um  beijo, Ju