sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sobre ser pais!

Hoje fui de manhã com o Lucano na horta aqui da comunidade e colhemos folhas de couve para o almoço. Depois passamos no pomar e colhemos limões para o suco. Ele agarrou um limãozinho e não soltou nem quando dormiu...hehehe. Parece mentira, né? Mas nós escolhemos dar essa vida tranquila, perto da natureza e com a presença dos pais pro Lucano e, apesar de sentir o cansaço às vezes, vejo meu filho tranquilo e fico feliz!
Dormindo depois de passar no pomar!
Ser pais é fazer uma escolha. E não me digam que "foi uma surpresa", hoje em dia qualquer casa simples no meio das vilas em que trabalhei, tem televisão e informação: ou seja, todo mundo sabe que se transar sem camisinha pode engravidar!(Desculpem a polêmica, mas não posso acreditar que alguém em um ato "de desespero" consiga deixar um bebê no lixo!!!). Falo isso porque passei por muitos momentos em que se não fosse meio certa, jogava meu filho longe...mas no mesmo segundo, a gente olha pra carinha deles, sente os hormônios bagunçados, o humor desgovernado, mas não consegue fazer nada que vá machucá-los!!!! Escolhemos tê-los!!

E essa escolha também quer dizer muitas coisas: sim, a vida muda, mas garanto que pra melhor! Sim, dá trabalho, mas acaba o dia num sorriso e o coração tranbordando de amor como nunca antes! Sim, sobra menos tempo pra namorar, mas quando driblamos o cansaço e conseguimos, é MUITO melhor!! Sim, pode demorar pra cair a fixa, mas quando isso vai acontecendo, a gente consegue se reorganizar! Sim, a barriga fica caída por um tempo, mas depois volta tudo ao normal!! E pra mim o que é mais importante: escolhemos ser pais, e isso quer dizer que é IMPRESCINDÍVEL PRESTAR ATENÇÃO! Os bebês são muito sensíveis, sentem nosso humor ou falta dele, sentem as energias da casa, sentem nossos medos e ansiedades e sentem muito quando não sabemos o que fazer.

Isso tudo pode dar segurança ou insegurança a um bebê. Bebês tranquilos sabem que, apesar da mamãe estar cansada, nervosa, ou não saber o que fazer às vezes (porque tudo vira de cabeça pra baixo com os hormônios!), eles sabem que são amados. Ou seja, não tem problema que estejamos descompensadas, por que ficaremos e pronto! A questão é que nosso pequeno PRECISA saber que é amado mesmo assim! Com certeza isso é garantia de um bebê seguro!

Um bebê que sente que atrapalhou os planos da mãe, que sente que é um peso, ou uma mãe sem apoio da família ou do pai, pode vivenciar uma rotina bagunçada, pode sentir-se pouco nutrido (em sentidos mais amplos) e pode não conseguir se adaptar tão facilmente à vida.

Por mais que sejamos mães de primeira viagem e nos sintamos desamparadas ou mesmo desesperadas às vezes, precisamos buscar ajuda para poder mostrar ao nosso pequeno que ele é muito amado: é só o que eles precisam para seguir em frente com segurança! Não estou falando sem conhecimento de causa: voltei várias vezes a minha "santa" terapeuta, tive apoio do meu marido e da minha mãe e conversei com minhas amigas também mamães. Tudo vale pra gente estar melhor e ver nosso pequeno desbravando com coragem e alegria as descobertas da vida.

Esta semana, conversando com o pediatra do Lucano, ele me disse que um bebê deve ser, em geral, tranquilo e feliz. Claro que bebês choram! É sua linguagem! Mas se não têm motivo aparente para o choro ou intranquilidade, vamos descobrir, por que algo não está bem com eles! Queria muito poder ajudar a muitas mães que estão sem saber como lidar com esse novo papel! Espero que encontrem aqui uma amiga!

Um beijo, Ju

domingo, 17 de abril de 2011

Depois que começam a caminhar...

Acho que a maternidade deve ser dividida em várias fases. Por enquanto, passei por duas: a calma do bebê que não se mexe muito expansivamente e o furacão de um bebê que está no auge do descobrimento de si e do mundo, que senta e levanta, senta e levanta, senta e levanta e praticamente corre engatinhando  até se apoiar nas coisas e sair andando...

Percebi, mais do que nunca, que vamos nos preenchendo do papel da maternidade e sendo cada vez mais mãe com o correr dos dias e as demandas do filhote. A gente vai se acostumando com as novas fases de ser mãe e casal ao mesmo tempo que o bebê vai se apropriando do tempo e do espaço e de si mesmo. Então passam os dias (às veze muuuuuuuiiiiitoooooosss) até que a fixa caia e a gente já saiba como agir com aquela nova situação.
Bagunceiro da mamãe!

Outro dia desses o Alberto me disse: "Já me dei conta que quando a gente fica cuidando do bebê a gente tem que fazer só isso! Nada de ficar no computador, nem vendo tv, nem olhando o celular...aquele momento é só com ele" E é mesmo, se a gente tentar fazer qualquer outra coisa enquanto cuida de um bebê andante, ele vai chamar nossa atenção: seja indo ou mexendo onde não deve, seja se agitando e chorando, ou vindo para cima da gente e puxando as coisas que estamos mexendo...Se a gente insistir, é como remar contra a maré: todo mundo se cansa muito mais!

Por esse motivo escrevi tão pouco desde que ele começou a engatinhar (e daí pra caminhar foi um estalar de dedos!). Porém, a gente vai se entendendo na situação e logo as coisas se ajeitam (como o andar da carruagem quando as melancias vão se ajeitando). Resultado é que estabelecemos uma nova rotina que está aliviando o cansaço e deixando todo mundo mais feliz aqui em casa.

Explico: eu e Alberto trabalhamos em casa (imaginem a força para a disciplina). Então combinamos que de manhã eu fico com o Lucano (brinco, dou café da manhã e lanche, faço dormir e dou o almoço) e o Alberto fica com ele de tarde. Assim, todo mundo tem seu tempo, o Lucano brinca muito mais e a gente se cansa muito menos. Está funcionando.

Veremos o que vem na próxima fase.
Mais tarde nos falamos,
Um beijo, Ju